sábado, 12 de janeiro de 2008

Buscando informações...

Quase 11 horas da noite no cais de Santa Rita, uma chuva torrencial abate a cidade do Recife fazendo com que os estivadores interrompam o descarregamento noturno. O som da chuva forte repicando nos telhados dos galpões e máquinas são interrompidos apenas por um ou outro som de carro ao longe. De repente, em meio ao som ensurdecedor da forte chuva que cai, surgem duas figuras completamente destoantes com o cenário, dialogando como se estivessem alheios à tudo aquilo...

- Queridinho, porque essa cara tão amarrada? Até parece que estou te levando contra sua vontade!Anime-se! Isso vai acabar logo logo...

- Realmente espero que essa palhaçada acabe o mais rápido possível! E espero que a informação que aquele filho da mãe tem seja realmente útil, porque me fazer sair de meu refúgio em um dia de chuva como esse para me falar idiotices é pedir a morte final!

- Ah então toda essa sua raiva é por causa de uma chuvinha à toa? Ora queridinho, em breve estaremos em um lugar seco e quente.

Neste dado momento do diálogo Hugo lança um olhar de fúria à Pierre e segura-o pela gola da jaqueta de couro erguendo-o do chão.

- Se há uma coisa pior do que essa merda de chuva é você me chamando de queridinho. Se me chamar assim mais uma vez eu...

No exato momento em que a voz de Hugo toma um tom mais ameaçador em sua voz e cerra seu punho demonstrando nitidamente a intenção de socar o rosto de Pierre, eis que da total escuridão surge uma figura. Não era um estivador, pois era esguia demais para suportar o trabalho pesado e seus trajes denunciavam alguém de uma classe social superior até mesmo se comparado aos dois transeuntes que estavam prestes a se degladiar.


- Que bela cena eu vejo! O brutamontes fortão prestes a espancar seu companheiro em trajes efeminados! Uma voz é ouvida juntamente com um som de palmas

- Demorou tanto a aparecer porque Igor? O Hugo estava a ponto de me transformar em pó... Falou Pierre, com a voz engasgada.

- Ele nunca faria isso Pierre, mesmo sendo o Capitão da cidade, sabe que é contra-lei destruir um membro assim.Mas deixemos de baboseiras e vamos logo ao assunto, o Fungo está nos esperando.

Após terminar sua frase, Igor dirigiu-se a lateral de um dos galpões e levantando uma pedra a qual nenhum ser humano por mais forte que fosse conseguiria levantar, revelou uma escada que levaria as três figuras ao subsolo do porto. Um cheiro acre juntamente com bandos de ratos saem de dentro do agora então revelado túnel. Pierre olha com os olhos arregalados para dentro do buraco e então...

- Com medo dos ratos Pierre? Falou Hugo em tom de chacota.

- Medo de ratos? Eu? Desculpe-me Sr. Hugo Henrique, mas chamo-me Pierre D'Artagnan e não François D'Lambert. O ramo da família afetado com certeza não é o meu.

E tomando a frente da "comitiva" Pierre desce as escadas com grande velocidade.

- Estão fazendo o que aí em cima ainda heim? Por acaso vocês têm medo de ratos? E baratas? E escorpiões? E...E...

De repente o silêncio se faz.

- É acho que ele encontrou o Rei Rato...

- Rei Rato? Fungo? Por acaso é uma constância entre os Nosferatu se chamarem de coisas asquerosas?

- Na verdade não...O Rei Rato é apenas um bichinho nosso. Venha, vamos logo antes que Pierre vire o jantar dele.