segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

En las catacumbas...


Marcelo estaciona o carro um pouco distante da entrada principal da favela dos Coelhos. Desce do carro e retira a cadeira de rodas de Don Giordano que é auxiliado por Andrea a sair do carro. Sorelli apenas observa a cena e o lugar com desconfiança.


- Sorell i Andrea ascoltame. Qui sonno il domini de Sabas. Egli sei nostro Arc Negromante. O que verão aqui não pode ser nem de longe comparado com seus conhecimentos. Peço, portanto cautela.

- Si Signore. Respondem em uníssono.

O caminho de barro é estreito. Se não fosse a força sobrenatural do pequeno Andrea ao empurrar a cadeira de Don Giordano, teriam uma grande dificuldade em chegar até o local almejado. Na entrada do casebre os três são recebidos por um negro de quase 2 metros de altura, este apenas olha para os visitantes com cara de poucos amigos e abre a porta. Todos entram e vêem que o lugar possui um único cômodo.

- Signore,sonno qui a parlare com Sabas. Disse Giordano em tom cortês.

O homem sem responder, caminha até o fundo do cômodo, levantando o que seria um alçapão encoberto de entulhos e lixo e aponta para o local. A entrada é estreita e impossibilita a entrada da cadeira de rodas. Andrea prontamente ergue o Don em seus braços e entra no lugar, logo em seguida a signorini Sorelli.

A estreita entrada revela um grande túnel iluminado por velas colocadas sob crânios em vários pontos. Os Giovanni seguem e mesmo acostumados a lidar com a morte, os gritos e gemidos de dor e pavor ecoando naquele lugar incomodam bastante. O túnel dá algumas voltas e não são poucas vezes que o grupo acredita estar andando em círculos até perceberem um clarão maior à frente – uma ante-sala. Ao adentrarem, Andrea e Sorelli realmente percebem que o modo de Sabas agir perante a morte é totalmente diferente do deles – talvez o fato dele ser um Pisanob contribua para tanta excentricidade.

No meio um grande altar de pedra, manchado de sangue. No teto um lustre feito exclusivamente de ossos humanos e as paredes adornadas com esqueletos e até mesmo alguns cadáveres mumificados e em estado de putrefação. Mas nada da presença de Sabas.

Meio que se esquecendo da advertência de tomar cuidado onde estava Andrea com sua curiosidade infantil começa a andar pelo salão e observar todos os detalhes. Ele não parecia nem um pouco incomodado com tudo aquilo, sua ânsia de descobrir algo novo era maior. E essa vontade foi tanta que descobriu uma prateleira repleta de vidros e potes com materiais estranhos escondida entre os corpos. Quando estendeu sua mão para pegar um dos vidros uma voz rascante e fantasmagórica o surpreende:

- ¿Que piensas en hacer niño? ¿Tu padre no he enseñado que esto é una grande falta de educación? E com isso todos agora percebem que um daqueles cadáveres na verdade era nada mais nada menos que o Arc Necromante.

- Scusi Signore Sabas, io solo...


- Andrea,basta. No piú parola. Excúsalo Sabas. Ele está un poco nervioso.


Sabas caminha em direção aos três e agora que se podia vê-lo, era melhor que antes ele permanecesse na penumbra do local. Sua aparência totalmente inumana era de assustar até mesmo um necromante experiente. Seu rosto cadavérico não possuía qualquer tipo de tecido epitelial ou capilar, apenas o crânio e alguns tendões podiam ser vistos. Seu corpo envolto em o que outrora poderia ser um manto ritual, agora em farrapos, deixava aparecer apenas suas mãos cadavéricas, cobertas em algumas partes por um tecido já há muito putrefato.

- ¿Mas a que debo tanta honraría Don Giordano?


- Nosotros estamos acá para que usted posa recuperar el espirito de Carmelo Giovanni, el padre de Andrea.


Sabas olha para o garoto que parece não se intimidar com a aparência dele e diz: - Si, esto é posible. Más tengo una condición, el niño fijará acá conmigo. Necesito dele para hacer el ritual. E antes que o velho Giovanni pronuncia-se alguma palavra, o pequeno se pronuncia:

- Io fico Don Giordano, tutti per mio papa.


- Andrea, tem certeza? Retruca o velho imaginando que aquilo não seria uma boa idéia.

- Scusi, ma si Signore. Per mio papa, Io faço tutti.


- Esta es la mía condición. Si el niño no puede fijar, no hay ningún modo de llamar Carmelo de volta.


- Ma che tutti va benne… Andrea, si esto é tuo desiderio, fica. Sabas, tengo un gran respecto por usted. Andrea é como un hijo per me. Cuida dele.


- Si señor. Ele será muy bien cuidado. E nesse momento o que poderia ser chamado de "sorriso" é esboçado no rosto de Sabas.

Andrea despede-se do Don e de Sorelli com um sorisso radiante, pois teria seu pai novamente. Sorelli por outro lado sorria sarcasticamente, pois conhecia o lado pevertido do necromante e tinha a total certeza de que assumiria em breve a posição de prima Consiglieri. Quando o jovem Giovanni menciona em acompanhar seus parentes até a saída, Sabas ergue o dedo e balança-o de forma negativa dando a entender que a partir daquele momento ele não poderia sair do salão. Sorelli então carrega o Don em seus braços e após saírem do casebre empurra-o em sua cadeira de rodas. Ela não poderia estar mais radiante, finalmente seus problemas com o fedelho estavam chegando ao fim.

- Signore Giordano, dove sei il banbino? Don Giordano baixa a cabeça e apenas acena com a mão indicando a Marcelo para seguir de volta aos domínios da famligia...

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Retorno de Claudius Maximus


Passa quase uma hora e a paciência de Cortéz já conhecida por ser mínima esgota-se.
- Não tolero mais essa demora! Invadirei esse templo e ai desse Alienígena se fez algum mal ao nosso Senhor. E quando se prepara para dar o primeiro passo, sente o peso de uma das mãos de Ita Açu em seu ombro detendo-o. Ita Açu balança com a cabeça como se quisesse mostrar algo a Cortéz. Logo à frente e esse olha para a direção apontada pelo companheiro.
- Felizmente tudo saiu com a maior perfeição. Eu, Sakura Yamada, vos entrego Claudius Maximus XIV com sua não-vida restaurada. E ao sair do templo revela sua verdadeira aparência: um jovem aparentando pouco mais de 19 anos de idade, trajando um kimono no estilo momoyama. Seus olhos contradizendo a sua origem eram como duas pedras de jade e seus longos cabelos negros eram cobertos por flores de cerejeira. O alvo branco de sua pele era como pura neve, porém o que chamava atenção eram partes de seus braços e pescoço, cobertos em vários pontos, uns maiores que os outros, por uma grossa camada a qual lembra a casca de uma árvore. Em seus braços o jovem Claudius sem nenhum dos ferimentos infligidos.
- Senhores, o Dai Sama de vocês não correr mais nenhum risco.
- ¿Que és esto? O nosso Senhor está...
- Hai Cortéz Sama. Sore da, sono aoiro desaparecerá assim que ele renovar o sangue que há dentro dele.
- Então até lá Sakura Sama, Claudius permanecerá verde? E Xavier mesmo com todo respeito, ri baixinho entre os dentes.
- Hai, mas isso nunca demorou mais do que duas noites.
Com uma velocidade incrível, Claudius salta dos braços de Sakura e ao tentar golpeá-lo sente que seus pés não conseguem se mover. Ao olhar para o chão observa que gramíneas nasceram e se enroscaram em suas pernas.
- Calma Dai Sama, não estou aqui para fazer-te o mal.
- Alguém pode explicar-me o que está acontecendo aqui? Pendragoon? Cortéz? Ita Açu? Por acaso estão compactuando com o Niwajin?
- Senhor – aproxima-se Xavier – Saukura Yamada Sama era o único que podia ajudá-lo. Sua mansão fora invadida por caçadores e Ita Açu encontrou-o em seus momentos de morte final. Creio que nem aqueles necromantes que se chamam Giovanni conseguiriam prender sua alma em seu corpo. Por tal motivo, vimos até aqui. Se isso foi ofensivo Senhor, eu Xavier Pendragoon, publicamente assumo que devo um favor de vida por tanto constrangimento. E assim, Xavier ajoelha-se perto de Claudius.
- Dai Sama, a fidelidade de seus Daimyos é muito grande. Não os puna por um erro o qual eles não cometeram. E falando isso, desfaz as gramíneas que seguravam Claudius.
Silêncio total. Xavier continua ajoelhado esperando a conclusão da palavra do Príncipe. Cortéz e Ita Açu, se mantém afastados observando a cena. Sakura se aproxima de Claudius e coloca a mão em seu ombro.
- Tentarei falar como se estivesse em suas terras Dai Sama. Se eu fosse um senhor feudal extremamente leal a meu rei e soubesse que ele poderia estar perto da morte, o que faria?
- Tentaria fazer de tudo para que meu rei sobrevivesse... Falou Claudius Maximus com o tom de voz baixa. Foi quando então tocou o ombro de Xavier e disse:
- Xavier Pendragoon, tu que és o mais velho e o atual representante da casa Tremere em meu principado, não me deves nada. Deves na verdade ser visto assim como Enrique Cortéz e Ita Açu como membros Leais aos olhos de todos os outros membros da Camarilla por terem se arriscado a salvar a minha vida. Nesse momento Cortéz e Ita Açu ajoelham-se e em uníssono agradecem junto com Xavier. E quanto a ti, a quem chamam de alienígena peço que se aproxime. Nisso Xavier se afasta e Sakura aproxima-se, se ajoelhando perto de Claudius Maximus.
- A vós mais velhos dentro da Camarilla os quais se encontram presentes, que vossos ouvidos e mentes possam estar abertos para as palavras que por mim serão proclamadas: O membro conhecido como Sakura Yamada do Clã dos Niwajin bem como suas crias são considerados como membros Reconhecidos da Camarilla, podendo circular por todo território declarado como nosso. Membros do Clã dos Niwajin que não fizerem parte do sangue de Sakura Yamada, serão considerados Tolerados até que o próprio Sakura venha até a minha presença como Príncipe da cidade e os apresente para receberem reconhecimento. Sakura Yamada a partir desta data também deve ser visto como um membro Confiável, Leal e Respeitado por ter nos acolhido em seus domínios mesmo nós tendo os invadido, por seus préstimos para com o Senhor da Cidade e por apesar de tantos anos instalado em aqui, sempre ajudar na manutenção da máscara de meus domínios mesmo sem pertencer à Camarilla. Tais palavras serão repetidas em uma nova reunião do conselho da Primogênie a qual gostaria de convidar o Sakura Sama para participar. Adendum meus: da mesma forma que fora proibido o uso de alcunhas vexaminosas entre os nossos, a alcunha de alienígenas também deverá ser banida do vocabulário dos Cainitas da cidade, sendo aquele que a pronunciar passível de punição.
Sakura Yamada levanta-se, e faz uma reverência a Claudius Maximus XIV que retribui da mesma forma.
- Doomo arigatoo gozaimasu Dai Sama. Conheço os trâmites e as leis de tua sociedade e as repassarei para os meus que aqui pisarem me fazendo assim justo com todas as honrarias concedidas.
- Apenas uma dúvida Sakura Sama antes de reunir-me com os meus para saber o que finalmente está acontecendo. Esta cor, estes efeitos...
- Gomennasai, esqueci de falar-te. Seu sangue fora substituído por seiva de plantas – clorofila pura por assim dizer. Mas, não há muito dela dentro de ti e assim que substituí-la por sangue, voltarás ao normal. E quanto a seus poderes de sangue, sim eles funcionam mesmo com a seiva. É confuso para quem não é um Niwajin, mas pode confiar Dai Sama. E Sakura dá um sorriso.
- Señor creo que seja hora...
- Sim Cortéz. Mais uma vez, obrigado pela ajuda Sakura Sama. E todos fazem uma reverência uns aos outros.
- Shitsureshimashita Dai Sama. E apanhando uma gramínea do chão oferece-a a Claudius.
- Quando precisar dos Niwajin sopre a grama e chegaremos o mais rápido que pudermos.
Cortéz fala baixinho no ouvido de Xavier: "o Sakura é tão anacrônico quanto você Xavier, ainda usa sinais da natureza pra se comunicar" e ri baixinho.
Todos se despedem e ao sair do templo, Xavier utiliza da mesma magia que utilizou antes em Ita Açu para que o mesmo entrasse no carro.
- Donde vamos Señor?
- Voltar a meu refúgio... Precisamos saber se eles encontraram a passagem secreta ou não. De lá contactaremos os outros e tomaremos as devidas atitudes.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

No Tempo Tenrikyo – O encontro com Sakura-Sama

Cortéz abre as portas do carro. Xavier entra na porta do passageiro da frente, mas Ita Açu continua parado, olhando para o carro com Claudius em seus braços.

- ¿Que hace amigo? Nunca viu um carro na vida antes?

- Máquina fazer barulho muito. Correr sem cavalos. Ita Açu medo entrar máquina.

- Mas que coisa! E como veio até aqui da mansão de Claudius Ita?

- Ita Açu andar até aqui...

Miguel Cortéz para um pouco espantado com a distância andada pelo mais velho entre os Gangrel. Principalmente no fato de como ele não quebrou a Máscara no trajeto.

- Um momento Cortéz, se continuarmos assim Ita Açu jamais entrará no carro e perderemos muito tempo precioso. Sabemos das origens dele e a sua recusa pela tecnologia. Falando isso, Xavier Pendragoon sai do carro e retira de um dos bolsos de seu casaco um pó avermelhado soprando-o logo em seguida por cima do carro e na direção de Ita Açu.

- Vamos, entre e dê a partida.

Sem entender, Cortéz entra e dá a partida no carro quando ouve o velho Gangrel falar:

- Esperar! Ita Açu carroça não subir!

- Que fizeste mago? O selvagem entrou no carro acreditando ser uma carroça?

- Sem muitos comentários, a ilusão não demora muito, pise fundo no acelerador e dirija. E ouvindo isso, Cortéz acelerou o carro o máximo que pode em direção ao refúgio conhecido do talvez único Niwajin do Recife: o Tempo Tenrikyo Hoyo.

A viagem durou tempo suficiente para sustentar a ilusão criada por Xavier, pois ao saírem do carro Ita Açu perguntou imediatamente:

- Carroça onde colocar? Não ver mais...

- Isso é o que menos importa no momento companheiro Gangrel, vamos traga nosso senhor e Cortéz ajude-me, não consigo guiar-me por meus poderes há algo impedindo o uso deles aqui. Prontamente Cortéz oferece o ombro ao Tremere ajudando-o a caminhar.

O portão do local de muros altos estava entreaberto, ao adentrar parecia que os membros não estavam mais em Recife, pois tudo lá tinha um tom de Japão feudal, desde algumas pequenas casas até os jardins e o imenso templo ao fundo. Uma luz de uma das casas é acesa e sai à porta um senhor de barbas brancas que ao ver o grupo dentro da área do templo grita:

- Sakura Sama! Gaijin wa sanmon e torimame arimashita!

- Yawaraguimasu Yagyu Sama. Watashi ga ano gaijin da kuwashii desu. E ao ouvir isso o senhor de barbas brancas, faz uma reverência em direção ao templo e recolhe-se apagando a luz logo em seguida.

- Konban wa gaijin san! Aproximem-se, não é toda noite que possuo a honorável presença de gaijin tão importantes...

- Konban wa Sakura Sama. Hajimemashite doozo yoroshiku. Disse Xavier.

- Kochirakoso, doozo yoroshiku Xavier Sama.

-¡Por favor! ¿Podrían hablar mi lengua? Provocou Cortéz.

- Gomennasai Cortéz Sama. Tentarei ater-me a língua nativa desse país. Então, o que trazem os senhores aqui? Não visitam meus domínios com freqüência.

E ouvindo isso Ita Açu estende os braços e mostra o corpo de Claudius Maximus. Sakura espanta-se ao ver o estado do Senhor da Cidade.

- Kami Sama da! O que aconteceu com ele?

- Uma emboscada daqueles híjoles de la putana dos caçadores. Felizmente Ita Açu conseguiu salvá-lo.

- Ele ainda não encontrou a morte final Sakura Sama, mas só conheço uma única pessoa a qual poderia reanimá-lo e essa pessoa é você.

- Acompanhem-me até o templo onegaishimasu.

O grupo segue pelo jardim até o salão principal do templo. Lá encontram uma imensa imagem de Buda, rodeada de incensos, flores e frutas.

- Coloquem-no aqui. E Sakura indica um lugar próximo ao altar onde prontamente Ita Açu deita o corpo do Príncipe.

- Sei que não confiam em mim. Daga preciso estar sozinho para realizar o ritual. O local precisa estar puro da presença de gaijin.

Xavier baixa a cabeça pensativo. Cortéz e Ita Açu entreolham-se.

- Esse dito ritual, já fora realizado em um gaijin antes? Retrucou Xavier ainda com a cabeça baixa.

- Iie. Até porque o sangue gaijin repudia o ritual.

- Isso quer dizer que, se caso não funcionar, nosso Senhor ficará em estado de torpor até poder acordar sozinho?

- Ma ma de... Em verdade o ritual pode até destruí-lo por completo...

Xavier coça sua barba branca com tom de preocupação.

- Esse cabrón está apenas querendo nos enganar Xavier! Vamos embora daqui, deve existir outro modo de tirarmos nosso Senhor desse estado!

- Cortéz! Acalme-se! O Niwajin está sendo sincero conosco, devemos ao menos respeito! Não os conhecemos com propriedade suficiente para julgá-los. Também temo pela morte final de nosso Senhor, mas não vejo outra solução a não ser confiar nas palavras dele... E caminhando a passos lentos, Xavier retira-se do templo. Ita Açu o acompanha seguidamente de Cortéz.

sábado, 21 de novembro de 2009

A Gangue do Palhaço

Ao chamado de Arlequim, as outras quatro figuras aproximam-se dele. Carlão e os outros ficam boquiabertos. Jamais em todas suas não-vidas tinham vistos seres tão grotescos e deformados como aqueles. Um a um os membros da Gangue foram aproximando-se e apresentando-se, assim como em um grande espetáculo.

- Venham irmãos, não temam, eles apesar de feios não mordem. E Arlequim solta mais uma de suas gargalhadas histéricas.

O primeiro a aproximar-se trajava roupas típicas de mágico: capa preta com fundo de cetim vermelho, gravata borboleta e a cartola e bengala tão inseparáveis. 

- Alexei Yvanoiev, O Necromante a seu dispor. E ao retirar a cartola, todos vêem seu rosto com maior nitidez – longos bigodes negros, e uma barba em forma de cavanhaque pontudo, porém a sua face aquosa nada mais era que uma imagem translúcida azulada, lembrando os espectros de velhos filmes de terror.

Pulando de uma das grades do parque, fazendo acrobacias nas árvores e junta-se ao grupo mais uma figura.

- Доброй ночи Камрад! Aleksandr и Aleksandra Piaseczno, Удовольствие в знать их!

- Chefe, isso por acaso é alguma língua aborígene? Falou SK8

- Isso é russo SK8.

- Como você sabe ô almofadinha?

- Eu estudei... Falou Little, com certo ar de orgulho por possivelmente ser o único a entender o que aquele casal horrendo de gêmeos siameses falava e aproveitou a deixa para demonstrar seus dotes lingüísticos:

- Доброй ночи Камрад Aleksandr, Камрад Aleksandra. Как они идут?

- Улучшайте теперь для иметь кто-нибудь внутри понимает их! E falando isso, como se em um passe de mágica os gêmeos dividem-se em duas pessoas distintas – quase distintas, pois um era a cara metade do outro. Aleksandr o lado esquerdo e Aleksandra o lado direito por isso quando os dois juntavam-se pareciam ser apenas uma única pessoa.

- Ah queridos expectadores, peço perdão pelos irmãos Piaseczno. Já tentei várias vezes ensinar o português a eles, mas no vilarejo onde eles nasceram na Cracóvia é tido como de mau agouro negar as suas raízes, então...

- Amenidades à parte Arlequim falta um de seus palhaços se apresentar.

- Oh grande Delegado! Desculpe a minha falta de decoro com vossa pessoa! Pierrot! Aproxime-se!

E Ao ouvir isso, um homem extremamente obeso fantasiado de pierrot, se junta aos demais.

- Senhores, este é o Pierrot, os saúde meu caro amigo! E Pierrot faz uma reverência aos demais vampiros.

- Ow Arlequim, o gato comeu a língua dele por acaso? Falou J.J. em tom de chacota.

- Hum... Na verdade não, mas ele deve manter a boca fechada por motivos óbvios.

- E quais seriam esses motivos, poderíamos saber? Retrucou Carlão.

- Na hora certa, todos vocês saberão. E Arlequim mostra seu sorriso e brilho nos olhos sinistros.

- Caro Carlão, já que demonstrou diplomacia até o dado momento, nós da Gangue do Palhaço agiremos da mesma forma. O Senhor da cidade ainda é Claudius Maximus XV não é mesmo? Bem, ele já nos conhece de um bom tempo e temos passe livre pela cidade, desde que não cometamos nenhuma atrocidade a qual ameace a nossa existência nem a existência dos membros da corja que vocês fazem parte.

Carlão cerra os punhos.

- Falei algo de errado? Camarilla do espanhol não quer dizer "Corja dos que buscam o poder"? Ou por acaso Hugo Henrique não te ensinou aulas de espanhol? Enfim, isso pouco importa agora. O que importa é: temos inimigos em comum: os caçadores e o Sabá. Necromante é a sua deixa. Necromante brande sua bengala, retira a cartola e olha firmemente para o chão brandindo as seguintes palavras:

- Ignus præsto veritas!

Imediatamente uma chama azul com a mesma proporção de uma fogueira aparece na frente de todos. Neste fogo mágico podem ser vistas cinco figuras acorrentadas a grilhões sendo escoltadas por uma criatura gigantesca possivelmente não humana até a presença um homem. Ele estava de pé e trajava roupas das forças especiais do exército alemão.

- Mein freunde. Desrespeitaram o Heich pisando em solo puro seus zigeuners! Herr Ansgar Dietrich determinou a punição máxima du Sie! Então Carlão, J.J. e os outros presenciaram as maiores atrocidades possíveis até mesmo para um vampiro, em particular, para estes cinco vampiros.


- Ignus delere! E com o bater de sua bengala no chão, Necromante desfaz a chama.

- Já ouviu falar em Vicissitude Carlão? Talvez não... Vampiros do novo mundo conhecem muito pouco sobre esse poder e seus possuidores. Pois bem, viajamos até estas terras por saber que uma das crias de Herr Ansgar instalou-se nesta cidade e, não importa como, o encontraremos e descobriremos o verdadeiro paradeiro de Herr Ansgar Dietrich e destruiremos com nossas próprias mãos esse maldito Tzimisce e todo aquele que se interpor em nosso caminho. Essa será a nossa vingança. E como costumeiramente, Arlequim ri histericamente.

A conversa é interrompida por um toque discreto de celular.

- Sim, quem fala? Senhor Hugo! Claro que sim, eles estão comigo. Comparecer onde? Tudo bem vamos adquirir transporte adequado para levar todos até aí.

Sussurrando mesmo a uma certa distância Arlequim fala:

- Hugo, Carlão levará reforços. Tenho plena certeza de que adorará ver nossos rostos por mais uma vez...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Convocação Malkavian parte1

Som e luzes de sirene, placas indicativas de alta velocidade, gritos de socorro, a imagem da carta da torre fulminada, uma grande montanha de sujeira entre tantas outras imagens são transmitidas pela rede de loucura Malkaviana e, cada imagem para cada Malkavian em particular representava algo em uníssono: perigo eminente - se reúnam com urgência.

Júlio Correia, a pouco tinha despertado e estava no meio de uma caçada quando recebeu o chamado. Júlio era um jovem de seus 22 anos de idade, pele morena, cabelos cortados à maquina sempre trajando roupas informais e básicas como o velho jeans surrado, camisa branca e tênis all star.

- Mas que inferno! Nem comer se pode mais! Ah quer saber? Vou embrulhar para viagem mesmo. E falando isso bate forte na nuca do primeiro transeunte que vê e colocando-o nas costas e usando seus poderes para não ser notado, sai caminhando em direção ao local de onde foi originado o chamado, como morava próximo não demorou muito a chegar ao Ulysses Pernambucano, mas demorou o suficiente para que vários outros Malkavian chegassem antes dele.

- Júlio! Finalmente você chegou! Estávamos esperando por ti! Falou Libório Líbio, um homem magricela aparentando seus 35 anos de idade de ralos cabelos e olhos pretos, vestindo roupas impecavelmente brancas.

- Psiu Libório! Não vê que ele pode acordar?

- Ele quem, posso saber?

- Meu lanche ora essa! E falando isso, derruba o mortal que trazia nas costas no chão do lugar onde estavam. Nisso Libório olha para o corpo inerte estendido no chão e começa a tremer, fazendo uma cara de quem detestou o ato. Nesse momento, alguém põe a mão no ombro de Libório e ele se acalma.

- Carma fio. O Júlio só deve ter passado no Méquidônaldi pra trazê um lanchinho. Não foi isso mesmo Júlio? Falou Coronel Barbosa, um senhor com seus 70 anos de idade, usando um chapéu de palha, camisa xadrez vermelha com azul calça de brim e botas de vaqueiro e em seu ombro seu velho e inseparável bacamarte.

- Silêncio seus pecadores e profanadores da santa casa de Deus! Não vêem que estamos aqui orando pelas almas de todos nós e vocês aí discutindo por coisas ínfimas!

Quem interrompe a conversa em tom severo é Roland Fleeman, um padre que, mesmo após ser abraçado mantinha rígida a sua fé. Sempre estava acompanhado de suas crias e coroinhas Yuri e Sacha Smetana e da beata Maria das Neves.

- Ara Roland! Que bixiga de casa de Deus que nada! Tá ficando doido ou esqueceu que tamo drento do consultório do dotô Ivo?

Roland ignora o Cel. Barbosa e voltando para seus "seguidores" continua com suas orações.

- Ai gente quanto drama! Só porque eu trouxe meu lanche pra reunião? Ou alguém aqui nunca comeu pipoca quando estava no cinema quando em vida? Eu heim, bando de malucos...

Nisso Libório que até então tinha apaziguado um possível ataque de frenesi graças ao Cel. Barbosa irrompe em um grito:

- Júlio seu idiota! Tive o maior trabalho para ser o primeiro a chegar e deixar isso aqui brilhando para a reunião e você vem e me traz lixo da rua?!?! Agora esse seu "lanchinho" infectou todo o ambiente e eu vou ter que limpar e desinfetar tudo novamente!

- Tá bem! Na próxima eu deixo pra comer na rua mesmo para evitar esses seus ataques de frescura Libório!

- Não são ataques de frescura! Você sabe bem que se tudo não estiver meticulosamente organizado algo de ruim pode acontecer comigo e com quem estiver próximo a mim! Minha esposa Letícia Líbio sabia disso, ignorou meus avisos e encontrou a morte final! Não quero ser responsável pela morte de mais ninguém. E terminando de falar, Libório sai da sala de reuniões apressado batendo a porta na cara de mais um membro que chegava.

- Nhô Rogério? Cê ta bem?

- Ora Coronel! Se nem mesmo um trem é capaz de me derrubar, imagine essa porta boba! Não esqueças que sou um super herói de verdade!

- E eu, o seu fiel parceiro!

A visão não poderia ser mais cômica, mas como todos ali já estavam acostumados com o excesso de excentricidade de Rogério Pipa e seu carniçal Dentinho – assim chamado por ter a arcada dentária superior bastante projetada para fora da boca – que nem notavam as roupas colãs em tom vermelho fogo e as capas de cetim azul que ambos usavam, além dos cabelos em topete à Elvis Presley.

- Então, o grito de socorro partiu daqui. Quem está precisando de nossa ajuda? Será o Libório? Ele saiu como um raio de dentro do salão.

- Nah que nada Rogério. Foi só mais um ataque de frescura dele porque deixei meu lanchinho aí no chão.

- Senhor! Senhor! Veja! Ele está desacordado! Fala Dentinho apontando para o mortal que Júlio Correia havia trazido.

- Não se preocupem! Isso é mais um trabalho para o Super Pipa! E falando isso, corre para junto do mortal e o sacode fazendo com que ele desacordasse.

- Hã? Onde estou? O que está aconte... E mal o mortal termina de falar Júlio o golpeia novamente.

- Rogério seu burro! Ele não está em perigo! Ele é meu lanche entendeu? Meu l-a-n-c-h-e!

- E por quê não avisou antes?

- Mas eu falei. Ah, esquece! Quer saber, enquanto Ivo não chega eu vou lá fora lanchar e depois volto para a reunião. E Júlio arrasta o mortal para o lado de fora da sala, cruzando com Libório o qual vem carregando desinfetantes, desodorizantes e vários outros produtos de limpeza.

- Vê se quando voltar pra sala, limpa a boca e tira as migalhas da roupa para não sujar tudo novamente. Fala Libório olhando para Júlio pelo canto do olho.

- Já estão todos acomodados? Preciso dar início a essa reunião o mais rápido possível.

Todos os presentes sabiam que a voz era de Ivo, mas apesar de procurarem dentro de todo o consultório – que era um grande salão – não conseguiam encontrá-lo.

- Bem, chamei todos vocês aqui com o propósito de dar-lhes um aviso...

- Senhor Ivo? Onde estás? Falas do lado direito do trono de nosso Pai todo poderoso? Indaga Roland

- Eu acredito que ele tenha sido abduzido pelos coelhos padre. Falou Maria das Neves em tom de preocupação.

- Nhô Ivo? Que papagaiada é essa de falá escondido heim? Falou Cel. Barbosa, já empunhando o bacamarte.

- Xi! Desculpem! Esqueci que estava invisível aos olhos de todos aqui. E falando isso, Ivo se desofusca e aparece sentado, em um birô, nos fundos do salão, à frente de todos.

- Bem senhores, senhoras e transgêneros, o assunto o qual tenho a tratar com vocês é... Nisso Júlio Correia entra na sala.

- Ah finalmente! Não era dos melhores, mas para um lanche até que quebrou um galho! Ih, perdi alguma coisa?

- Ainda não Júlio, mas o Mestre tem algo importante a dizer, deve ser alguma missão de vida ou morte! Responde Rogério bastante animado.

- Então Senhor, o que seria tão urgente para convocar todos nós a sua santíssima presença?

- Err...Bem...Se eu falar que esqueci, vocês acreditam?

A grande descoberta

Ao ver um de seus companheiros de fé ser completamente destroçado pelas mãos de Hugo, os dois caçadores restantes perceberam que não poderiam lidar com tal força e saíram correndo da câmara, se embrenhando nas galerias adentro. A chama avermelhada em volta de Hugo se apaga. Pierre após curar seus ferimentos, se levanta atordoado olhando para o que aconteceu. Nesse momento uma voz é ouvida:

- Todos estão bem? E Igor sai de um canto escuro, se revelando para os presentes.

- Pelo visto sim Igor, mas não vejo o Fungo em lugar nenhum da câmara. Disse Hugo com um certo tom de preocupação.

Ao término da fala de Hugo, o Rei Rato aparece guinchando. Igor abaixa-se e começa a emitir o mesmo som, como se estivessem trocando informações.

- Como será que eles conseguem isso? Cochicha Pierre ao ouvido de Hugo.

- Bem, já sei onde o Fungo se encontra. Sigam-me.

O trio segue o Rei Rato pelo emaranhado de galerias até chegar a um corredor onde dois corpos jaziam no chão. Pierre ao aguçar sua visão fala em um tom mais alto:

- Caramba! O Fungo matou os padrecos! Mas após aguçar sua audição retruca seu próprio espanto.

- Como assim o coração deles ainda está batendo se eles estão tão rígidos como cadáveres?

Igor ri baixinho e responde ao espanto de Pierre:

- Eles estão vivos Pierre. O Fungo apenas utilizou um de seus poderes para drenar parte de seus líquidos corpóreos e enrijecer os tendões e tecidos superficiais.

- Como fazem alguns aracnídeos correto Igor? Falou Hugo.

- Sim, corretamente. Bem vamos tomar as devidas providências para quando estes dois acordarem não tentarem nenhuma gracinha.

Aproximadamente 15 minutos depois os dois caçadores acordam como de um pesadelo. Percebem que estão em uma câmara, diferente da primeira, amarrados em cadeiras e percebem os vultos de 3 figuras em sua volta.

- Matem-nos logo suas criaturas infernais! Não serviremos a seus propósitos jamais! Grita um dos caçadores.

- Nossa como vocês são patéticos! Indiretamente já estão servindo a nosso propósito seus imbecis! Fala Igor em um tom de chacota e agressividade.

- Vamos crianças... Esse cheiro de medo está aumentando ainda mais a minha fome. Retirem de uma vez as informações que precisam. Apesar de não saber onde ele estava, todos sabiam que essa era a voz do Fungo.
- Então, o que esses dois ratinhos de laboratório fazem perdidos em meio aos ratos de esgoto? Fala Igor, se aproximando de um deles.

- Nós... Nós... Começa a titubear um dos caçadores.

- Irmão! Mantenha a tua fé! Não caia nas garras desses demônios! Fala o outro, tentando inibi-lo.

- Peehhh! Resposta errada! E com uma sequência de chutes imperceptíveis a olhos comuns, Pierre derruba o caçador.

- Estou gostando de ver Pierre, tomando atitudes de homem. Fala Hugo rindo entre os lábios.

- Sei utilizar meus dons para isso quando necessário Hugo...

- Bem se as criancinhas quiserem podem continuar brincando por aí. Eu tenho trabalho a fazer. E segurando o outro caçador com força o suficiente para suspendê-lo do chão junto com a cadeira Igor fala agora mais grosseiramente:

- Vamos seu padre imundo! Diga-nos quem os enviou aqui e por que!

- A Inquisição! Ela instalou-se na cidade e descobriu os refúgios dos mais antigos e estão nesse exato momento caçando-s e destruindo-os!

- E onde é a sede de vocês? Vamos diga!

- Eu não sei senhor! Juro pela minha alma!

- Sinto cheiro de mentira em ti! Diga! Onde é a sede?!

- Eu juro senhor! Nada sei da sede! E ao repetir isso, seu corpo começa a se decompor como um vegetal entrando em decomposição até não restar mais nada além de fungos.

- Senhor! Eu estava quase arrancando a informação dele! Por que fez isso?!

Nisso Igor é jogado e preso contra a parede por um limo verde escuro pastoso.

- Escute bem criança, não foi apenas a fome que me fez tomar tal atitude. Ele falava a verdade. Esses caçadores que aqui vieram perturbar a nossa paz são apenas cães de caça manipulados por seus donos. O alto clero jamais arriscaria a deixar essa informação com eles, pois são apenas buchas de canhão. Temos um problema bem maior pela frente quando eles perceberem que alguns deles não voltaram ao ponto de encontro marcado.

- Isso quer dizer que eles enviarão a cavalaria oui?

Deixando Igor cair ao chão, Fungo toma sua forma semi humana e fala com os presentes.

- Sim Pierre, eles enviarão os caçadores mais experientes em nosso encalço e agora ao saber que eles estão querendo nossas cabeças a todo custo, precisamos redobrar a vigilância. Hugo reúna seus delegados e seus chicotes e leve-os até a igreja da Sé em Olinda – lá será o grande ponto de encontro.

- Sim Fungo, agradeço pela informação, entrarei em contato com eles imediatamente e vamos tentar um ataque surpresa.

- Reúna-os próximo ao mercado da Ribeira, lá um de meus batedores os levarão por um túnel o qual os deixarão bem próximo do objetivo final. Agora vão, precisamos emboscá-los ainda esta noite. Amanhã pode ser tarde demais para muitos de nós...

E assim, Hugo Henrique e Pierre D’Artagnan guiados por Igor Andrade saem dos túneis do Venerável Fungo partindo para a grande missão: encontrar e destruir os caçadores da Santa Inquisição.

sábado, 14 de novembro de 2009

A caminho das catacumbas...

- Signore, il automobile é pronto. Falou um dos funcionários da mansão próximo ao ouvido de Don Giordano.

- Gracie Marcelo. Adiamo Andrea vamos resolver isso logo. E ouvindo isso, Andrea empurra a cadeira do Don até o estacionamento e qual foi sua surpresa ao ver uma jovem, trajando um vestido preto de seda com bordados na barra, que de tão apertado quase deixava os seios dela à mostra.

- Buona sera, Signorina Sorelli. Disse Andrea polidamente.

- Buona sera, Signorino Andrea. Respondeu Sorelli, enrolando um de seus cachos loiros com a ponta dos dedos com a mesma polidez.

Entretanto, por trás de tanta educação entre os dois, faíscas eram trocadas entre os olhos azul safira de Sorelli e os olhos verde esmeralda de Andrea sempre que ambos se encontravam. A bela Giovanni odiava o garoto – e tinha seus motivos. Ela era a Prima Consiglieri do antigo Don da cidade e com a morte final do mesmo, esperava que, por serviços prestados a famiglia continuaria no cargo, mas Don Giordano frustrou suas expectativas ao escolher Andrea como seu Primo Consiglieri. E, para aumentar ainda mais a ira de Sorelli, segundo a árvore genealógica da família mortal dos Giovanni, ela era sobrinha neta do pequeno, ou seja, ela devia respeito em dobro a um vampiro que fisicamente possuía apenas 10 anos de idade. Mas, ela precisava manter a pose e não seria esse momento ínfimo que a faria perder a classe.

Todos entraram no carro, Andrea cuidadosamente coloca o Don em seus braços e depois o acomoda no banco da frente colocando a cadeira de rodas no porta-malas do velho Ford 46 (velho por metáfora, pois de tão bem conservado parecia recém saído da fábrica) de vidros fumê, se acomodando no banco detrás juntamente com Sorelli.


- Dove sei la destinazione Signore? Fala Marcelo olhando para o Don.

- Bairro dos Coelhos per favore Marcelo. Responde o Don.

Aproximadamente 40 minutos depois, chegam ao destino. O local não é dos mais seguros: nenhuma vigilância policial, iluminação pública zero e uma grande favela localizada nas redondezas. Marcelo diminui os faróis e o Don aponta para um casebre com a luz da frente acesa no meio da favela. O local não tem acesso ao carro, então os passageiros descem e seguem o caminho a pé.

- Aspettare qui Marcelo.Apesar de ser da famiglia, Sabas detesta visitas demoradas...