sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A grande decisão...

Todos no salão estavam paralisados. Ita Açu adentra o salão e cuidadosamente deposita o corpo do Senhor da Cidade sobre a mesa.

Mon Dieu! Que c'est pas?

- Ow, o que esta aberração pensa invadindo nossos domínios e jogando o corpo de uma criança carbonizada em nossa mesa de reunião? Onde está o Zelador do Elisyum que não impediu a entrada desse ser estranho?

- Ivo de Assis! Isso não é momento de se ter um lapso de memória!

- D'Lambert, por favor, releve. O trauma foi grande demais até mesmo para nós...

Todos os presentes na sala circundaram a mesa olhando para o corpo inerte de Claudius Maximus sem saber absolutamente nada o que fazer até que Xavier pronunciou-se:

- Felizmente nosso Senhor não encontrou a morte final, isso é fato. Porém nem mesmo eu tenho poderes para reanimá-lo. Precisaremos da ajuda dele...

Neste momento, Ivo ajoelha-se, inclina levemente a cabeça para trás e com as mãos espalmadas e os braços erguidos em direção ao céu murmura:

“Pater noster, qui es in cælis. Santificéatum nomen tuum...”
- Ivo, eu sempre pensei que em vida eras ateu.

- E continuo sendo, mas como nosso nobilíssimo companheiro citou que precisaríamos da ajuda dEle...

- Gadelha! Ivo! Isso não é hora para sarcasmos! Nosso Senhor está próximo da morte final!

- D'Lambert, pare com seu melodrama! Não percebes que a não-vida de nosso Senhor depende e muito da velocidade a qual tomamos esta decisão? Falou Xavier em tom de preocupação.

Miguel Cortéz que até então apenas estava observando, se levanta de sua cadeira praticamente chutando-a e esmurrando com uma potência forte o suficiente para provocar uma fissura de uma ponta a outra na mesa de puro mogno, esbraveja:

- Isso aqui por acaso deixou de ser um Conselho de Anciões para se tornar um circo?! Comportem-se como tais, senhores! Não vêem que isto pode acontecer a qualquer momento com qualquer um de nós?!

Após um breve silêncio, Miguel continua a falar, agora demonstrando certa calma:

- Então Xavier, precisamos realmente recorrer à ajuda dele?

- Sim Miguel, infelizmente. Fala Xavier baixando a cabeça.

- Então se não há outro modo...Vamos logo atrás daquele maldito Niwajin. Ita Açu, traga o Senhor da Cidade, por favor. Xavier és o único o qual sabe lidar com forças estranhas aqui, nos acompanhe também caso aquele alienígena tente alguma gracinha.

- E quanto a nós monsieur Miguel? Também temos nossas obrigações para com o Senhor da Cidade.

- Isso é verdade... Mas se todos forem ao mesmo lugar, estaremos visados. Saiam daqui o mais depressa possível. Entrem em contato com seus carniçais pedindo para redobrar a vigilância e falem com suas crias mais próximas para que elas abandonem seus refúgios principais. Não podemos de forma alguma deixar que mais alguém do Conselho seja vítima dos caçadores.

- Só uma última pergunta Miguel: e caso as crianças se recusem a fazer isso? Pergunta Gadelha, com um ar de preocupado.

- Sabes bem a Tradição da Responsabilidade não é Gadelha? Então, já que nosso Senhor não pode responder cada um responderá por sua linhagem, portanto se insistirem em colocar a vida dos mais velhos em risco destrua-os.

E com essas palavras, o Conselho de Anciões se desfaz e ironicamente apesar de possuírem a imortalidade, todos saem correndo contra o tempo...