segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dentro da câmara...

A câmara agora começava a arder em chamas. Som de tiros ricocheteando, gritos, cheiro de carne putrefata queimada, tomavam conta daquele local o qual outrora era um dos mais seguros refúgios do líder dos Nosferatu.

Pierre, mesmo atordoado devido à explosão, se esquivava do fogo e ao mesmo instante tentava não ser alvejado com sua celeridade. O Fungo e Igor matinham-se ofuscados, talvez aguardando uma nova oportunidade para atacar os caçadores. O único o qual mantinha a mesma pose friamente desde que o caos se instalou na câmara era Hugo.

De repente, os tiros cessaram assim como os gritos. As chamas aos poucos foram se extingüindo e a fumaça se dissipando revelando assim os danos causados.

Pierre fora ferido de forma a ficar completamente fora de ação. Um dos quatro caçadores jazia no chão. Apertando seus olhos como se quisesse ver algo além do que sua visão permitia o caçador que parecia ser o representante maior do grupo exclamou:

- Irmão! Encontre os que se esconderam com a força de tua fé!

- Senhor, estou fazendo isso desde o momento em que eles se ofuscaram de nossa visão. Mesmo através de meus poderes auspiciosos, não consigo localizar as duas aberrações que aqui estavam.

- Continue procurando! Com certeza eles não abandonaram o recinto. Deixai-me cuidar daquele que ainda insiste em continuar de pé.

Este alguém era Hugo Henrique que parecia pouco se importar com as armas portadas pelos padres ou até mesmo com as chamas em torno de um deles. A fúria era nítida em seus olhos e esta fúria era tão intensa que a mesma começou a arder em torno de todo o seu corpo em forma de uma chama vermelha. Assim como um guepardo parte a toda velocidade para alcançar sua presa, Hugo moveu-se tão velozmente que sua aproximação só fora percebida pelos invasores quando já era tarde demais para um deles...

terça-feira, 27 de maio de 2008

Il signore è morto...

- Papa é morto! Papa è morto! Andrea gritava desesperadamente no salão de entrada da mansão.

- Ma che passa mio bambino? Disse Don Giordano com sua voz grave, porém atenuada com um tom de ternura.

- Mio papa Signore Giordano! Mio papa è morto! Andrea apesar de ser antigo no sangue, ainda mantinha suas características infantis e chorava copiosamente como qualquer criança faria nesta situação.

- Calma, vinde qui. E se aproximando do garoto com sua cadeira de rodas, Don Giordano abriu os braços como um gesto de tentar apaziguar ternamente o pranto do garoto. Esse prontamente atira-se de joelhos diante do Don colocando a cabeça no colo do mesmo e este afaga a vasta cabeleira ruiva do pequeno.

- Dime Andrea, o que aconteceu com tuo papa?

Andrea limpa as lágrimas já secas de seu rosto na lapela de seu terno azul-marinho, se levanta e fica ao lado da cadeira de Don Giordano.

- Era uma noite como tutti altri: saímos para circundar il nostro território - Io, papa e il altri cappo. Quando estávamos nos aproximando da área do Cemitério dos ingleses, nostro automobile foi emboscado e alvejado. Não pude ver quem atirou em nós, perche papa instintivamente protegeu-me. Agora papa è morto Don Giovanni. Papa è morto! E Andrea irrompe em pranto.

- Andrea, figlio mio, tenere pazienza... A morte de Carmelo não ficará impune. Andiamo, vamos parlare com Sabas e ver se conseguimos um corpo novo para papa Carmelo. Doppo, convocaremos la famiglia e daremos um fim a estes bastardos...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Uma noite no Recife Antigo

O som de música techno mesmo abafado pela acústica do prédio e pelo som da chuva ainda podia ser ouvido por toda rua da Guia. Emos, góticos de boutique, pink wiccas, metaleiros, clubbers, gays, todas estas figuras típicas que saem de suas casas para simplesmente perambular pelo Recife Antigo como almas perdidas e beber como irlandeses não se incomodam com a chuva borrando suas maquilagens, encharcando suas roupas, destruindo os penteados perfeitos como também não se importam com a presença de não-humanos naquelas redondezas. É um ambiente tão exótico que se torna fácil para os descendentes de Caim recém-abraçados se misturarem entre os mortais - como também se torna muito fácil cometer um erro consideravelmente "inocente" e quebrar a máscara.

Mas Carlão estava ali, sempre a posto a não permitir isso. Ele fora talvez o único delegado a ser realmente escolhido por Hugo Henrique (se o fato de ser cria do mesmo contou, isso só o Senhor da Cidade saberá) e talvez o único o qual Hugo realmente acreditava fazer um bom trabalho.

Cabelos castanhos bem aparados, pele morena, porte atlético, sempre trajando sua jaqueta de couro, óculos escuros espelhados e um par de coturnos sempre bem engraxados - algo bem comum de se ver naquelas redondezas.

A casa noturna Offsound era o lugar predileto dos neófitos para se alimentarem. Algo mais que isso, era talvez o único lugar onde eles tinham realmente algum valor na sociedade vampírica, onde clã e status não significavam absolutamente nada. E as leis...Que leis? Bem Carlão estava lá para fazê-las valer de alguma coisa, guiando novamente as ovelhinhas perdidas de volta ao rebanho.

Mas algo de estranho aquela noite preparava e nem mesmo nosso sempre alerta delegado pode pressentir...

Já passava da meia-noite e a chuva resolveu dar uma trégua. O "gimme gimme more" repetidas vezes pela remixagem do DJ, já se tornava algo irritante para aqueles os quais não consideram Britney uma cantora - Carlão era um alguém especial. E aproveitando o ensejo, começou sua ronda rotineira pelo quarteirão em busca de algum neófito mais afoito o qual esteja se mostrando para conseguir uma refeição rápida.

- Aonde vai com tanta pressa? A música não está agradando chefe? A voz era de J.J., um jovem magricela de aproximadamente 20 anos. Seus cabelos negros com uma longa franja multicolorida, um óculos âmbar de soldador e um casaco cinza-chumbo o tornavam inconfundível até mesmo em meio a tanta gente "estranha".

- Apesar de odiar essas porcarias que vocês escutam, sabe bem que não é por isso que estou saindo do posto.

- Ah sei sei...Mas ó, já dei uns toques pra turma. Eles estão dando um rolé por aí. Fica frio. A turma a quem J.J. se referia eram suas crias - Palmer, Pink, Sk8, Eddie, T.J. e Little. Tanto eles quanto seu senhor eram considerados a escoria do Clã da Rosa por se meterem e assuntos escusos e circularem entre os cidadãos de baixa categoria.

- E você confia tanto nessas crianças assim J.J.?

- Ora Carlão, são minhas crias. Se não confiar nelas em quem eu vou confiar?

E antes que Carlão pudesse responder, um garoto negro com seus 17 anos, trajando uma calça cargo surrada, tênis all-star enlameados, um boné vermelho com a aba virada para trás e uma camiseta grafitada com os dizeres "Fuck off all the Roses" se aproxima rapidamente com seu skate.

- J.J.! Parada sinistra rolando lá na Malakoff.

- Onde está sua educação heim Sk8?

- Ah, foi mal ae. Boa noite chefe, blza?

- Boa noite Sk8, continue com o relato.

- Então. A parada é a seguinte: tava eu dando um rolé ali pela praça do Arsenal quando vi uns carinhas entrando na Malakoff. Passei um fio pra Pink e pedi pra ela chamar a turma, mas também achei melhor vir aqui dar uma satisfação antes de rolar alguma coisa.

- E como eram esses "carinhas"?

- Ah meu tipo. Não eram dos nossos saca? Acho que eram daquela turma barra pesada.

- E quantos eram?

- Quatro chefe. Isso se eu não desaprendi a contar.

- Ai meu saco...Por que a praga do Sabá tem que aparecer logo quando a noite estava começando a ficar legal?

- Sem lamentar agora J.J. Sk8, ligue para os outros, vamos todos juntos até a torre ver o que eles querem aqui dessa vez - e vamos expulsá-los novamente....


domingo, 11 de maio de 2008

Encontro com o Fungo

Chiados e um grito de pavor ecoam nos tunéis do cais. Pierre utilizando de sua velocidade sobrenatural sobe as escadas.

- Por que não me falaste daquele monstro Igor? Foi algum tipo de piada sem graça?

- Alguém me perguntou sobre o que tinha ou não lá embaixo? Eu tentei avisar, mas o senhor estava tão pronto a mostrar a sua masculinidade descendo as escadas e encarando os ratos, baratas e outros animais peçonhentos que pensei "acho que o Rei Rato não vai assustá-lo".

- Assustar-me? O que tu farias se um rato de quase três metros de comprimento pulasse em cima de ti prestes a te destroçar?

Hugo ria disfarçadamente.

- Ah vamos Pierre, deixe de frescuras, eu vou na frente desta vez. E além do mais, o que seus motoqueiros fariam se de repente eu entrasse em sua casa sem ser anunciado?

Igor desce as escadas vagarosamente. Chiados são ouvidos e de repente o silêncio.

Podem descer agora! Prometo que o Rei Rato não vai atacar ninguém...Ao menos quem eu não queira Falou em um tom mais baixo.

- Eu ouvi isso queridinho!

Hugo não mais se contendo com a cena hilária, desce as escadas ao encontro de Igor.

- Vamos Pierre, ainda temos muito o que fazer esta noite. Temos uma cidade inteira para patrulhar e você sabe que eu não confio nos delegados que fui obrigado a aceitar por pura imposição.

Os três encontram-se novamente. Rei Rato ladeava Igor, soltando um chiado alto de vez enquando para os visitantes. A caminhada pelos túneis parecia interminável. Mortais provavelmente teriam se cansado há muito.

- Essas voltas todas são realmente necessárias queridinho ou estás simplesmente nos desnorteando?

- A segunda alternativa Pierre. Igor riu.

Hugo que até então permanecera calado, reclama:

- Igor, não temos tempo. A noite já se avança e precisamos descobrir onde é o covil dos caçadores.

- Calma Hugo. Já chegamos.

E girando uma grande manivela, Igor abre uma comporta. O cheiro no cômodo por assim dizer, era o mais desagradável possível. Paredes emboloradas, ossos espalhados por todos os lugares. Ratos infestavam o local. E no canto mais escuro, um limo de tom verde-floresta movia-se vagarosamente.

- Então vieram em busca de minhas informações?

- Quem falou isso? Indagou Pierre procurando de onde a voz tinha saído.

- Não vieram em busca do Fungo? Aqui estou eu...

Hugo e Pierre olham agora para o limo que toma a forma humanóide e se aproxima deles. Rei Rato solta um guincho e todos os ratos do salão o acompanham até a saída. Igor lacra a câmara.

- Venerável Fungo. Igor faz uma reverência. - Vimos até aqui para... E o Fungo o interrompe.

- Sim eu sei o que vocês vieram fazer aqui. Não sou surdo nem cego, aqui nos túneis ouço e vejo tudo o que se passa neles. Ainda mais quando se faz tanto estardalhaço como vocês. Serei breve, vocês não podem perder tempo. Mas vou querer algo em troca das informações que tenho a passar...

- Sabíamos que não seriam de graça. Mas prossiga. Falou Hugo tentando apressar a conversa.

- Como podem ver, não posso sair caçando e ameaçar a máscara. Quero que tragam alimento para mim.

- Ok, ok. Isso será providenciado, vamos as informações.

- Tudo bem. Os caçadores se reunem mensalmente na sede da Grande Oriente do Recife. O dia é sempre definido na última reunião. A reunião deste mês já aconteceu e eles já estão na rua procurando suas vítimas. Creio que esta noite talvez tenhamos um novo Senhor da Cidade.

- Como assim?!?! Hugo falou espantado.

- Eles saíram no encalço de um dos servos de Claudius. A esta hora já devem ter destruído o seu refúgio e com sorte, também Claudius.

- Queridinhos, façam silêncio. Estão ouvindo isso?

- Ouvindo o que Pierre?

- Saiam de perto da porta agora! Grita Igor.

Mal termina de gritar e a porta que parecia impenetrável explode. Com o impacto Pierre, que estava mais próximo da porta, voa para o outro lado do salão. Hugo com sua força e velocidade sobrenaturais o segura antes que ele fosse de encontro com a parede.

- Você está bem Pierre?

- Ora, ora. Que irônico, alguém o qual desejava minha morte a menos de uma hora atrás perguntando se estou bem?

- Pare com esse sarcasmo idiota!

Igor desapareceu. Fungo voltou a sua forma de limo.

- Finalmente conseguimos encontrar vocês! Anos pesquisando esta área valeu a pena. Vamos irmãos, destruam estes sanguessugas nojentos de uma vez!

Quatro homens vestindo trajes os quais lembravam missionários católicos adentram a câmara. Um deles ao sentir fortes náuseas devido ao cheiro do lugar, começa a vomitar. Igor aparece repentinamente, segurando o distraído caçador quebrando-lhe o pescoço.

- Vamos destruam logo todos! E depois de ouvir isso, um dos homens que estava mais atrás executa uma prece em latim e suas mãos começam a brilhar como fogo...

Onde está o Senhor da Cidade?

Alvoroço geral no grande salão abaixo do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Membros ilustres acomodam-se em suas cadeiras, cada uma adornada cuidadosamente para satisfazer os representantes e mais velhos de cada Clã ali presentes.

- Ele já está uma hora atrasado. Falou Xavier Pendragoon, entre os dentes.

Pierre D'Lambert que sempre parecia distraído com a suntuosidade única a qual o salão era preparado a cada reunião (mesmo as de emergência), retrucou com sua voz macia e sotaque francês extremamente carregado:

- Xavier, releve o atraso. Apesar da idade, non esqueças que ele ainda c'est un enfant mon cher.

E ao terminar sua frase, deu uma leve jogada para trás em suas madeixas loiras presas em uma longa trança.

De repente a porta dupla de mogno abre-se abruptamente. Todos se viram pensando ser o Ilustríssimo Senhor da cidade, mas quem adentra é uma figura de cabelos castanhos, longos e desgrenhados, trajando um jaleco ainda sujo de sangue e completamente molhada da chuva torrencial que caía la fora. Seus olhos de um amarelo pálido, injetados nas órbitas e um sorriso mórbido a deixam ainda mais assustadoras.
A água misturada com o sangue no jaleco, pinga quando ela anda, possivelmente deixando manchas irremovíveis do tapete persa azul-real escolhido cuidadosamente para esta reunião.
Ivo senta-se na cadeira a qual fora reservada para ele e sacudindo como um cão os últimos resquícios de água da chuva em seus cabelos, olha para todos os cantos como se procurando alguém no invisível paranoicamente - como era de costume, para então finalmente saudar a todos com um "boa noite" em sua voz rouca.

- Essa aura faiscante...Este cheiro de loucura...Ivo, desde quando estás aqui? Indagou Xiavier.

- Xavier por acaso além de cego ficou surdo? Não ouviu o estardalhaço feito por mim ao entrar? Respondeu Ivo em tom sarcástico como era costumeiro.

- Sim Ivo eu ouvi. Porém pensei já estares aqui entre nós a aproximadamente 20 minutos atrás.

- Aaaah, foi isso! Sim eu estive aqui, mas em projeção. Estava querendo confirmar uma coisa.

- E nós podemos saber qual "coisa" seria esta?

- Sim, sim...Só não lembro agora exatamente o que era...

Xavier balança a cabeça negativamente. Confiar na memória de Ivo seria o mesmo que deixar sua conta bancária aos cuidados de um Ravnos.

- Já pensou em consultar um neurologista e um psiquiatra? Eles poderiam estar resolvendo este seu problema. Se pronunciou sarcasticamente Marcos Gadelha, até então completamente em silêncio.

- E você já pensou em procurar um cirurgião plástico? Quem sabe ele não arruma essa sua cara de quem foi atropelado por um trem? Respondeu Ivo em mesmo tom.

- Mon Dieu! Parem com isso, estão parecendo recém-abraçados!

- A culpa não é minha D'Lambert! Foi esse feioso aí que começou a reclamar dos meus lapsos de memória. Só porque eu esqueci que no início da noite a mansão de Claudius fora invadida por caçadores de bruxas e incendiada posteriormente? Só porque esqueci que me projetei astralmente pra esta reunião pensando a mesma também ter sido invadida por essa escória? Só porque esqueci de falar que nosso Senhor corre perigo? Ih, lembrei o que tinha a dizer...

- E isso foi a quanto tempo? Falou Xavier em um tom assustado, nem se importando de disfarçar.

-Hum....Creio que a aproximadamente uma hora, 27 minutos e quarenta e oito segundos...Esperem, quarenta e nove, cinqüenta...Ahh esta porcaria de ponteiro não para!

- E o que estamos fazendo aqui ainda? Retrucou Xavier.

Ness exato momento a porta de mogno é novamente aberta abruptamente, desta vez com mais violência. Ita Açu, o Senhor do Clã Gangrel entra, carregando em seus braços Claudius Maximus XIV, o Senhor da Cidade com seus trajes impecáveis completamente rasgados e queimados. Sua pele e cabelos chamuscados ainda mostrando sinais de fumaça...

sábado, 12 de janeiro de 2008

Buscando informações...

Quase 11 horas da noite no cais de Santa Rita, uma chuva torrencial abate a cidade do Recife fazendo com que os estivadores interrompam o descarregamento noturno. O som da chuva forte repicando nos telhados dos galpões e máquinas são interrompidos apenas por um ou outro som de carro ao longe. De repente, em meio ao som ensurdecedor da forte chuva que cai, surgem duas figuras completamente destoantes com o cenário, dialogando como se estivessem alheios à tudo aquilo...

- Queridinho, porque essa cara tão amarrada? Até parece que estou te levando contra sua vontade!Anime-se! Isso vai acabar logo logo...

- Realmente espero que essa palhaçada acabe o mais rápido possível! E espero que a informação que aquele filho da mãe tem seja realmente útil, porque me fazer sair de meu refúgio em um dia de chuva como esse para me falar idiotices é pedir a morte final!

- Ah então toda essa sua raiva é por causa de uma chuvinha à toa? Ora queridinho, em breve estaremos em um lugar seco e quente.

Neste dado momento do diálogo Hugo lança um olhar de fúria à Pierre e segura-o pela gola da jaqueta de couro erguendo-o do chão.

- Se há uma coisa pior do que essa merda de chuva é você me chamando de queridinho. Se me chamar assim mais uma vez eu...

No exato momento em que a voz de Hugo toma um tom mais ameaçador em sua voz e cerra seu punho demonstrando nitidamente a intenção de socar o rosto de Pierre, eis que da total escuridão surge uma figura. Não era um estivador, pois era esguia demais para suportar o trabalho pesado e seus trajes denunciavam alguém de uma classe social superior até mesmo se comparado aos dois transeuntes que estavam prestes a se degladiar.


- Que bela cena eu vejo! O brutamontes fortão prestes a espancar seu companheiro em trajes efeminados! Uma voz é ouvida juntamente com um som de palmas

- Demorou tanto a aparecer porque Igor? O Hugo estava a ponto de me transformar em pó... Falou Pierre, com a voz engasgada.

- Ele nunca faria isso Pierre, mesmo sendo o Capitão da cidade, sabe que é contra-lei destruir um membro assim.Mas deixemos de baboseiras e vamos logo ao assunto, o Fungo está nos esperando.

Após terminar sua frase, Igor dirigiu-se a lateral de um dos galpões e levantando uma pedra a qual nenhum ser humano por mais forte que fosse conseguiria levantar, revelou uma escada que levaria as três figuras ao subsolo do porto. Um cheiro acre juntamente com bandos de ratos saem de dentro do agora então revelado túnel. Pierre olha com os olhos arregalados para dentro do buraco e então...

- Com medo dos ratos Pierre? Falou Hugo em tom de chacota.

- Medo de ratos? Eu? Desculpe-me Sr. Hugo Henrique, mas chamo-me Pierre D'Artagnan e não François D'Lambert. O ramo da família afetado com certeza não é o meu.

E tomando a frente da "comitiva" Pierre desce as escadas com grande velocidade.

- Estão fazendo o que aí em cima ainda heim? Por acaso vocês têm medo de ratos? E baratas? E escorpiões? E...E...

De repente o silêncio se faz.

- É acho que ele encontrou o Rei Rato...

- Rei Rato? Fungo? Por acaso é uma constância entre os Nosferatu se chamarem de coisas asquerosas?

- Na verdade não...O Rei Rato é apenas um bichinho nosso. Venha, vamos logo antes que Pierre vire o jantar dele.