sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

No Tempo Tenrikyo – O encontro com Sakura-Sama

Cortéz abre as portas do carro. Xavier entra na porta do passageiro da frente, mas Ita Açu continua parado, olhando para o carro com Claudius em seus braços.

- ¿Que hace amigo? Nunca viu um carro na vida antes?

- Máquina fazer barulho muito. Correr sem cavalos. Ita Açu medo entrar máquina.

- Mas que coisa! E como veio até aqui da mansão de Claudius Ita?

- Ita Açu andar até aqui...

Miguel Cortéz para um pouco espantado com a distância andada pelo mais velho entre os Gangrel. Principalmente no fato de como ele não quebrou a Máscara no trajeto.

- Um momento Cortéz, se continuarmos assim Ita Açu jamais entrará no carro e perderemos muito tempo precioso. Sabemos das origens dele e a sua recusa pela tecnologia. Falando isso, Xavier Pendragoon sai do carro e retira de um dos bolsos de seu casaco um pó avermelhado soprando-o logo em seguida por cima do carro e na direção de Ita Açu.

- Vamos, entre e dê a partida.

Sem entender, Cortéz entra e dá a partida no carro quando ouve o velho Gangrel falar:

- Esperar! Ita Açu carroça não subir!

- Que fizeste mago? O selvagem entrou no carro acreditando ser uma carroça?

- Sem muitos comentários, a ilusão não demora muito, pise fundo no acelerador e dirija. E ouvindo isso, Cortéz acelerou o carro o máximo que pode em direção ao refúgio conhecido do talvez único Niwajin do Recife: o Tempo Tenrikyo Hoyo.

A viagem durou tempo suficiente para sustentar a ilusão criada por Xavier, pois ao saírem do carro Ita Açu perguntou imediatamente:

- Carroça onde colocar? Não ver mais...

- Isso é o que menos importa no momento companheiro Gangrel, vamos traga nosso senhor e Cortéz ajude-me, não consigo guiar-me por meus poderes há algo impedindo o uso deles aqui. Prontamente Cortéz oferece o ombro ao Tremere ajudando-o a caminhar.

O portão do local de muros altos estava entreaberto, ao adentrar parecia que os membros não estavam mais em Recife, pois tudo lá tinha um tom de Japão feudal, desde algumas pequenas casas até os jardins e o imenso templo ao fundo. Uma luz de uma das casas é acesa e sai à porta um senhor de barbas brancas que ao ver o grupo dentro da área do templo grita:

- Sakura Sama! Gaijin wa sanmon e torimame arimashita!

- Yawaraguimasu Yagyu Sama. Watashi ga ano gaijin da kuwashii desu. E ao ouvir isso o senhor de barbas brancas, faz uma reverência em direção ao templo e recolhe-se apagando a luz logo em seguida.

- Konban wa gaijin san! Aproximem-se, não é toda noite que possuo a honorável presença de gaijin tão importantes...

- Konban wa Sakura Sama. Hajimemashite doozo yoroshiku. Disse Xavier.

- Kochirakoso, doozo yoroshiku Xavier Sama.

-¡Por favor! ¿Podrían hablar mi lengua? Provocou Cortéz.

- Gomennasai Cortéz Sama. Tentarei ater-me a língua nativa desse país. Então, o que trazem os senhores aqui? Não visitam meus domínios com freqüência.

E ouvindo isso Ita Açu estende os braços e mostra o corpo de Claudius Maximus. Sakura espanta-se ao ver o estado do Senhor da Cidade.

- Kami Sama da! O que aconteceu com ele?

- Uma emboscada daqueles híjoles de la putana dos caçadores. Felizmente Ita Açu conseguiu salvá-lo.

- Ele ainda não encontrou a morte final Sakura Sama, mas só conheço uma única pessoa a qual poderia reanimá-lo e essa pessoa é você.

- Acompanhem-me até o templo onegaishimasu.

O grupo segue pelo jardim até o salão principal do templo. Lá encontram uma imensa imagem de Buda, rodeada de incensos, flores e frutas.

- Coloquem-no aqui. E Sakura indica um lugar próximo ao altar onde prontamente Ita Açu deita o corpo do Príncipe.

- Sei que não confiam em mim. Daga preciso estar sozinho para realizar o ritual. O local precisa estar puro da presença de gaijin.

Xavier baixa a cabeça pensativo. Cortéz e Ita Açu entreolham-se.

- Esse dito ritual, já fora realizado em um gaijin antes? Retrucou Xavier ainda com a cabeça baixa.

- Iie. Até porque o sangue gaijin repudia o ritual.

- Isso quer dizer que, se caso não funcionar, nosso Senhor ficará em estado de torpor até poder acordar sozinho?

- Ma ma de... Em verdade o ritual pode até destruí-lo por completo...

Xavier coça sua barba branca com tom de preocupação.

- Esse cabrón está apenas querendo nos enganar Xavier! Vamos embora daqui, deve existir outro modo de tirarmos nosso Senhor desse estado!

- Cortéz! Acalme-se! O Niwajin está sendo sincero conosco, devemos ao menos respeito! Não os conhecemos com propriedade suficiente para julgá-los. Também temo pela morte final de nosso Senhor, mas não vejo outra solução a não ser confiar nas palavras dele... E caminhando a passos lentos, Xavier retira-se do templo. Ita Açu o acompanha seguidamente de Cortéz.