terça-feira, 11 de maio de 2010

O Retorno de Claudius Maximus


Passa quase uma hora e a paciência de Cortéz já conhecida por ser mínima esgota-se.
- Não tolero mais essa demora! Invadirei esse templo e ai desse Alienígena se fez algum mal ao nosso Senhor. E quando se prepara para dar o primeiro passo, sente o peso de uma das mãos de Ita Açu em seu ombro detendo-o. Ita Açu balança com a cabeça como se quisesse mostrar algo a Cortéz. Logo à frente e esse olha para a direção apontada pelo companheiro.
- Felizmente tudo saiu com a maior perfeição. Eu, Sakura Yamada, vos entrego Claudius Maximus XIV com sua não-vida restaurada. E ao sair do templo revela sua verdadeira aparência: um jovem aparentando pouco mais de 19 anos de idade, trajando um kimono no estilo momoyama. Seus olhos contradizendo a sua origem eram como duas pedras de jade e seus longos cabelos negros eram cobertos por flores de cerejeira. O alvo branco de sua pele era como pura neve, porém o que chamava atenção eram partes de seus braços e pescoço, cobertos em vários pontos, uns maiores que os outros, por uma grossa camada a qual lembra a casca de uma árvore. Em seus braços o jovem Claudius sem nenhum dos ferimentos infligidos.
- Senhores, o Dai Sama de vocês não correr mais nenhum risco.
- ¿Que és esto? O nosso Senhor está...
- Hai Cortéz Sama. Sore da, sono aoiro desaparecerá assim que ele renovar o sangue que há dentro dele.
- Então até lá Sakura Sama, Claudius permanecerá verde? E Xavier mesmo com todo respeito, ri baixinho entre os dentes.
- Hai, mas isso nunca demorou mais do que duas noites.
Com uma velocidade incrível, Claudius salta dos braços de Sakura e ao tentar golpeá-lo sente que seus pés não conseguem se mover. Ao olhar para o chão observa que gramíneas nasceram e se enroscaram em suas pernas.
- Calma Dai Sama, não estou aqui para fazer-te o mal.
- Alguém pode explicar-me o que está acontecendo aqui? Pendragoon? Cortéz? Ita Açu? Por acaso estão compactuando com o Niwajin?
- Senhor – aproxima-se Xavier – Saukura Yamada Sama era o único que podia ajudá-lo. Sua mansão fora invadida por caçadores e Ita Açu encontrou-o em seus momentos de morte final. Creio que nem aqueles necromantes que se chamam Giovanni conseguiriam prender sua alma em seu corpo. Por tal motivo, vimos até aqui. Se isso foi ofensivo Senhor, eu Xavier Pendragoon, publicamente assumo que devo um favor de vida por tanto constrangimento. E assim, Xavier ajoelha-se perto de Claudius.
- Dai Sama, a fidelidade de seus Daimyos é muito grande. Não os puna por um erro o qual eles não cometeram. E falando isso, desfaz as gramíneas que seguravam Claudius.
Silêncio total. Xavier continua ajoelhado esperando a conclusão da palavra do Príncipe. Cortéz e Ita Açu, se mantém afastados observando a cena. Sakura se aproxima de Claudius e coloca a mão em seu ombro.
- Tentarei falar como se estivesse em suas terras Dai Sama. Se eu fosse um senhor feudal extremamente leal a meu rei e soubesse que ele poderia estar perto da morte, o que faria?
- Tentaria fazer de tudo para que meu rei sobrevivesse... Falou Claudius Maximus com o tom de voz baixa. Foi quando então tocou o ombro de Xavier e disse:
- Xavier Pendragoon, tu que és o mais velho e o atual representante da casa Tremere em meu principado, não me deves nada. Deves na verdade ser visto assim como Enrique Cortéz e Ita Açu como membros Leais aos olhos de todos os outros membros da Camarilla por terem se arriscado a salvar a minha vida. Nesse momento Cortéz e Ita Açu ajoelham-se e em uníssono agradecem junto com Xavier. E quanto a ti, a quem chamam de alienígena peço que se aproxime. Nisso Xavier se afasta e Sakura aproxima-se, se ajoelhando perto de Claudius Maximus.
- A vós mais velhos dentro da Camarilla os quais se encontram presentes, que vossos ouvidos e mentes possam estar abertos para as palavras que por mim serão proclamadas: O membro conhecido como Sakura Yamada do Clã dos Niwajin bem como suas crias são considerados como membros Reconhecidos da Camarilla, podendo circular por todo território declarado como nosso. Membros do Clã dos Niwajin que não fizerem parte do sangue de Sakura Yamada, serão considerados Tolerados até que o próprio Sakura venha até a minha presença como Príncipe da cidade e os apresente para receberem reconhecimento. Sakura Yamada a partir desta data também deve ser visto como um membro Confiável, Leal e Respeitado por ter nos acolhido em seus domínios mesmo nós tendo os invadido, por seus préstimos para com o Senhor da Cidade e por apesar de tantos anos instalado em aqui, sempre ajudar na manutenção da máscara de meus domínios mesmo sem pertencer à Camarilla. Tais palavras serão repetidas em uma nova reunião do conselho da Primogênie a qual gostaria de convidar o Sakura Sama para participar. Adendum meus: da mesma forma que fora proibido o uso de alcunhas vexaminosas entre os nossos, a alcunha de alienígenas também deverá ser banida do vocabulário dos Cainitas da cidade, sendo aquele que a pronunciar passível de punição.
Sakura Yamada levanta-se, e faz uma reverência a Claudius Maximus XIV que retribui da mesma forma.
- Doomo arigatoo gozaimasu Dai Sama. Conheço os trâmites e as leis de tua sociedade e as repassarei para os meus que aqui pisarem me fazendo assim justo com todas as honrarias concedidas.
- Apenas uma dúvida Sakura Sama antes de reunir-me com os meus para saber o que finalmente está acontecendo. Esta cor, estes efeitos...
- Gomennasai, esqueci de falar-te. Seu sangue fora substituído por seiva de plantas – clorofila pura por assim dizer. Mas, não há muito dela dentro de ti e assim que substituí-la por sangue, voltarás ao normal. E quanto a seus poderes de sangue, sim eles funcionam mesmo com a seiva. É confuso para quem não é um Niwajin, mas pode confiar Dai Sama. E Sakura dá um sorriso.
- Señor creo que seja hora...
- Sim Cortéz. Mais uma vez, obrigado pela ajuda Sakura Sama. E todos fazem uma reverência uns aos outros.
- Shitsureshimashita Dai Sama. E apanhando uma gramínea do chão oferece-a a Claudius.
- Quando precisar dos Niwajin sopre a grama e chegaremos o mais rápido que pudermos.
Cortéz fala baixinho no ouvido de Xavier: "o Sakura é tão anacrônico quanto você Xavier, ainda usa sinais da natureza pra se comunicar" e ri baixinho.
Todos se despedem e ao sair do templo, Xavier utiliza da mesma magia que utilizou antes em Ita Açu para que o mesmo entrasse no carro.
- Donde vamos Señor?
- Voltar a meu refúgio... Precisamos saber se eles encontraram a passagem secreta ou não. De lá contactaremos os outros e tomaremos as devidas atitudes.

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