segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

En las catacumbas...


Marcelo estaciona o carro um pouco distante da entrada principal da favela dos Coelhos. Desce do carro e retira a cadeira de rodas de Don Giordano que é auxiliado por Andrea a sair do carro. Sorelli apenas observa a cena e o lugar com desconfiança.


- Sorell i Andrea ascoltame. Qui sonno il domini de Sabas. Egli sei nostro Arc Negromante. O que verão aqui não pode ser nem de longe comparado com seus conhecimentos. Peço, portanto cautela.

- Si Signore. Respondem em uníssono.

O caminho de barro é estreito. Se não fosse a força sobrenatural do pequeno Andrea ao empurrar a cadeira de Don Giordano, teriam uma grande dificuldade em chegar até o local almejado. Na entrada do casebre os três são recebidos por um negro de quase 2 metros de altura, este apenas olha para os visitantes com cara de poucos amigos e abre a porta. Todos entram e vêem que o lugar possui um único cômodo.

- Signore,sonno qui a parlare com Sabas. Disse Giordano em tom cortês.

O homem sem responder, caminha até o fundo do cômodo, levantando o que seria um alçapão encoberto de entulhos e lixo e aponta para o local. A entrada é estreita e impossibilita a entrada da cadeira de rodas. Andrea prontamente ergue o Don em seus braços e entra no lugar, logo em seguida a signorini Sorelli.

A estreita entrada revela um grande túnel iluminado por velas colocadas sob crânios em vários pontos. Os Giovanni seguem e mesmo acostumados a lidar com a morte, os gritos e gemidos de dor e pavor ecoando naquele lugar incomodam bastante. O túnel dá algumas voltas e não são poucas vezes que o grupo acredita estar andando em círculos até perceberem um clarão maior à frente – uma ante-sala. Ao adentrarem, Andrea e Sorelli realmente percebem que o modo de Sabas agir perante a morte é totalmente diferente do deles – talvez o fato dele ser um Pisanob contribua para tanta excentricidade.

No meio um grande altar de pedra, manchado de sangue. No teto um lustre feito exclusivamente de ossos humanos e as paredes adornadas com esqueletos e até mesmo alguns cadáveres mumificados e em estado de putrefação. Mas nada da presença de Sabas.

Meio que se esquecendo da advertência de tomar cuidado onde estava Andrea com sua curiosidade infantil começa a andar pelo salão e observar todos os detalhes. Ele não parecia nem um pouco incomodado com tudo aquilo, sua ânsia de descobrir algo novo era maior. E essa vontade foi tanta que descobriu uma prateleira repleta de vidros e potes com materiais estranhos escondida entre os corpos. Quando estendeu sua mão para pegar um dos vidros uma voz rascante e fantasmagórica o surpreende:

- ¿Que piensas en hacer niño? ¿Tu padre no he enseñado que esto é una grande falta de educación? E com isso todos agora percebem que um daqueles cadáveres na verdade era nada mais nada menos que o Arc Necromante.

- Scusi Signore Sabas, io solo...


- Andrea,basta. No piú parola. Excúsalo Sabas. Ele está un poco nervioso.


Sabas caminha em direção aos três e agora que se podia vê-lo, era melhor que antes ele permanecesse na penumbra do local. Sua aparência totalmente inumana era de assustar até mesmo um necromante experiente. Seu rosto cadavérico não possuía qualquer tipo de tecido epitelial ou capilar, apenas o crânio e alguns tendões podiam ser vistos. Seu corpo envolto em o que outrora poderia ser um manto ritual, agora em farrapos, deixava aparecer apenas suas mãos cadavéricas, cobertas em algumas partes por um tecido já há muito putrefato.

- ¿Mas a que debo tanta honraría Don Giordano?


- Nosotros estamos acá para que usted posa recuperar el espirito de Carmelo Giovanni, el padre de Andrea.


Sabas olha para o garoto que parece não se intimidar com a aparência dele e diz: - Si, esto é posible. Más tengo una condición, el niño fijará acá conmigo. Necesito dele para hacer el ritual. E antes que o velho Giovanni pronuncia-se alguma palavra, o pequeno se pronuncia:

- Io fico Don Giordano, tutti per mio papa.


- Andrea, tem certeza? Retruca o velho imaginando que aquilo não seria uma boa idéia.

- Scusi, ma si Signore. Per mio papa, Io faço tutti.


- Esta es la mía condición. Si el niño no puede fijar, no hay ningún modo de llamar Carmelo de volta.


- Ma che tutti va benne… Andrea, si esto é tuo desiderio, fica. Sabas, tengo un gran respecto por usted. Andrea é como un hijo per me. Cuida dele.


- Si señor. Ele será muy bien cuidado. E nesse momento o que poderia ser chamado de "sorriso" é esboçado no rosto de Sabas.

Andrea despede-se do Don e de Sorelli com um sorisso radiante, pois teria seu pai novamente. Sorelli por outro lado sorria sarcasticamente, pois conhecia o lado pevertido do necromante e tinha a total certeza de que assumiria em breve a posição de prima Consiglieri. Quando o jovem Giovanni menciona em acompanhar seus parentes até a saída, Sabas ergue o dedo e balança-o de forma negativa dando a entender que a partir daquele momento ele não poderia sair do salão. Sorelli então carrega o Don em seus braços e após saírem do casebre empurra-o em sua cadeira de rodas. Ela não poderia estar mais radiante, finalmente seus problemas com o fedelho estavam chegando ao fim.

- Signore Giordano, dove sei il banbino? Don Giordano baixa a cabeça e apenas acena com a mão indicando a Marcelo para seguir de volta aos domínios da famligia...

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